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Nossos Trabalhos

Ao buscar por aprimoramento profissional, cursando um Mestrado ou Doutorado, o aluno precisa entender mais acerca das linhas de pesquisa que o programa de pós-graduação desenvolve. Observando as linhas de pesquisa existentes, o profissional consegue optar por uma melhor direção acadêmica. Todo esse processo favorece a sua atuação no mercado de trabalho. As linhas de pesquisa abaixo são desenvolvidas pelos estudantes da PGNET

Arboviroses-ZikV/Microcefalias Trauma Raquimedular
Acidente Vascular cerebral Isquêmico Trauma crânio-encefálico
Epilepsia Doença Alzheimer
Endocanabinóides Demência Frontotemporal - a Proteína TAU
Doença de Parkinson Memória
Núcleos da Base Biologia dos Gliomas
Genes Mutantes em câncer - base do diagnóstico Neuroplasticidade do Cérebro Humano
Bioprospecção farmacológica de produtos naturais Morte Celular na Retina
Patógenos e Sistema Nervoso Neurociência Cognitiva e Social
Célula Tronco Pluripotente interações Celulares no Sistema Nervoso

As linhas de pesquisa são desenvolvidas a partir de parceiras feitas por grupos que estão associados a PGNET. Isso garante uma ampla rede de colaboração entre cientistas e institutos, que vão auxiliar na divulgação e no desenvolvimento de estudos fundamentais para pesquisa em neurociência translacional. Vale lembrar que as colaborações são obtidas em níveis nacionais e internacionais. Para obter mais informações clique aqui ou em "Colaborações".

Os trabalhos desenvolvidos junto à PGNET contam com a colaboração de diversos profissionais (alunos e docentes) qualificados e com uma bagagem científica de excelência! Com base nisso, alguns membros do corpo discente já possuem resultados que contribuem para o avanço científico, na área de neurociência translacional, visto que a pesquisa científica é fundamental para o desenvolvimento da área abordada. Abaixo é possível visualizar os resumos de alguns trabalhos desenvolvidos e publicados pelos grupos de pesquisa vinculados à PGNET.


Profa. Andrea Gonçalves Trentin

Entrevista: Pesquisa de recuperação de pacientes com queimadura.

Resumo: Graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Santa Úrsula (USU), Rio de Janeiro (1990), Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (1993), Doutora em Bioquímica pela UFRJ (1997), Pós-doutora pelo Instituto de Embriologia Celular e Molecular - CNRS, Nongent-Sur-Marne, França (2002) e Pós-doutora Sênior pelo Centro de Regeneração da Pele do Hospital São Luis, Paris, França (2015). Foi chefe do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética da UFSC. Foi coordenadora e sub-coordenadora dos Programas de Pós-graduação em Neurociencia/UFSC (quando da implantação do curso de doutorado) e em Biologia Celular e do Desenvolvimento/UFSC (quando da criação e implantação do programa). Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, bolsista de pesquisa 1C do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), orientadora de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado pelos Programas de Pós-graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento/UFSC e Neurociência Translacional/UFRJ (PGNET/UFRJ). Foi membro do Comitê de Assessoramento em Morfologia do CNPq. Tem experiência na área de Morfologia e Biotecnologia, com ênfase em Biologia Celular, Neurociências e Células-tronco, atuando principalmente nos seguintes temas: regeneração de pele, células-tronco, terapia celular, crista neural, matriz extracelular. É membro da Rede Nacional de Terapia Celular (RNTC), International Society for Stem Cell Research e do Instituto Nacional de Medicina Regenerativa (REGENERA/Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura).


Prof. Rubem Guedes

Orientador: Rubem Guedes

Resumo da aluno(a): Arthur Noya

Título do Projeto de Doutorado: Efeitos in vivo e in vitro da suplementação de ácidos graxos saturados sobre o tônus Colinérgico cerebral: um estudo eletrofisiológico, bioquímico e comportamental

Resumo: O estudo de parâmetros eletrofisiológicos do sistema nervoso pode fornecer valiosos dados, em tempo real, sobre seu funcionamento e adoecimento. Por exemplo, é possível flagrar uma atividade convulsiva focal ou generalizada a partir do registro simultâneo da atividade elétrica do cérebro. Em 1944, Aristides Leão, um jovem neurocientista brasileiro, descobriu um curioso fenômeno sobre o córtex cerebral de mamíferos. Ele registrou uma redução intensa do potencial elétrico tecidual, que se propagava para regiões remotas, de maneira lenta, concêntrica e reversível. Esse fenômeno foi nomeado Depressão Alastrante Cortical (DAC). Atualmente, sete décadas após sua descoberta, a DAC é reconhecida como um mecanismo fisiológico contra convulsões e, interessantemente, como o principal substrato patológico da Migrânea com Aura. Também é compreendido que a DAC pode ser afetada por condições nutricionais, como a qualidade dos lipídios dietéticos. A introdução de gordura saturada na alimentação de ratos Wistar é capaz de desacelerar a propagação do fenômeno no córtex cerebral, indicando prováveis repercussões sobre a homeostase desse tecido. Entretanto, permanece pouco esclarecido a que via bioquímica se deve esse efeito e quais os seus correlatos comportamentais, em parâmetros indicativos de ansiedade e memória, por exemplo. Os ácidos graxos saturados (AGS) consumidos pela dieta são metabolizados em Acetil-CoA, via beta-oxidação, e em Corpos Cetônicos (CC), via cetogênese. Por esse motivo, tem sido sugerido que os benefícios clínicos das dietas hiperlipídicas (ou cetogênicas) sobre casos de Epilepsia refratária se devam à formação cerebral de CC. Todavia, a administração isolada desses compostos não tem reproduzido os mesmos efeitos. Por outro lado, é possível que os AGS afetem diretamente o metabolismo da Acetilcolina – um importante neurotransmissor associado à excitabilidade cortical – por meio da inibição da enzima Acetilcolinesterase (AChE). Este projeto pretende investigar os efeitos neurológicos da suplementação com AGS – em especial se esses compostos podem alterar o tônus colinérgico cerebral. Para isso são propostas 2 fases metodológicas: in vivo e in vitro. Na fase in vivo, ratos Wistar serão submetidos à suplementação dietética com quatro diferentes AGS – Butírico (C4:0), Caprílico (C8:0), Láurico (C12:0) e Palmítico (C16:0) – e serão avaliados em testes comportamentais (para o estudo de ansiedade e memória), bioquímicos (para o estudo da atividade da AChE) e eletrofisiológicos (para a análise dos parâmetros da DAC). Na fase in vitro propõe-se utilizar culturas de Neurônios colinérgicos puros, que serão incubadas também com diferentes AGS, e submetidas ao estudo de atividade enzimática da AChE.


Profa. Maria de Fátima Dias Costa

Orientador: Profa. Maria de Fátima Dias Costa

Resumo da aluno(a): Alana

Título do Projeto de Doutorado:Ação da rutina em modelo de doença a de PARKINSON induzido por AMINOCROMO avaliada pela via das QUINURENINAS.

Resumo: A rutina é um biflavonoide com propriedades anti-neuroinflamatórias, antioxidantes e neurogênicas, sua ação foi estudada em modelo de Doença de Parkinson (DP) com dano de aminocromo. Inicialmente, culturas primárias de células gliais e co-culturas de neurônios gliais obtidas de cérebros de ratos foram moduladas com 25µM de aminocromo por 24 horas, em seguida essas células foram tratadas com rutina (1 µM) por mais 24 horas, e submetidas à análise morfológica por Coloração de Rosenfeld. Os resultados indicam que os danos causados pelo aminocromo, como rompimento do tapete celular e predominância de fenótipos reativos com morfologia ameboide, foram cobertos pelo tratamento com rutina. O impacto do dano celular também foi avaliado indiretamente, por meio de aspectos morfológicos, em culturas de células da linhagem PC12, na presença de secretomas dos diferentes grupos (C, AM, R, AM + R) obtidas da cultura glial primária. Observou-se que o secretoma do grupo modulado por aminocromo induziu aspectos ameboides das células, enquanto o tratamento com rutina (grupos R e AM+R) favoreceu a proliferação de células com morfologia poligonal, evidenciando a restauração do tapete PC12. A fim de avançar em possíveis mecanismos de proteção contra danos celulares, a expressão da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) foi investigada em células de cultura glial e a presença de catabólitos de triptofano em diferentes secretomas por cromatografia líquida de alta eficiência. Observou-se então que o tratamento com aminocromo causou a redução da expressão de GFAP e a liberação de metabólitos do ácido quinolínico (QUIN) e do ácido 3-hidroxiquinurenina (3HK) da via da quinurenina associada ao dano celular. Por outro lado, os grupos R e AM+R apresentaram expressão aumentada de GFAP e picos compatíveis com o ácido quinurênico (KYNA), metabólito associado à proteção. Finalmente, os secretomas foram analisados por RT-PCR para detectar intermediários da resposta inflamatória, e verificou-se que o aminocromo foi capaz de reduzir a expressão de Arginase, IL-10, NGF, KMO e KAT enquanto o tratamento com rutina foi capaz aumentar a expressão desses intermediários, dados que reforçam os achados anteriores. Com os dados observados pelos parâmetros da via da quinurenina, podemos concluir que a rutina é capaz de atenuar os danos neste modelo, e se tornar um coadjuvante no tratamento da DP.


Prof. Paulo Caramelli

Orientador: Prof. Paulo Caramelli

Resumo da aluno(a): Lilian Viana dos Santos Azevedo

Título do Projeto de Doutorado:AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA E FATORES DE RISCOS MODIFICÁVEIS DA SÍNDROME DO RISCO COGNITIVO MOTOR

Resumo: A porcentagem da população mundial com idade de 60 anos ou mais aumentou muito nas últimas décadas e estima-se que em 2030 tenha cerca de 30 milhões de idosos no Brasil. O envelhecimento é o principal fator de risco para o comprometimento cognitivo, além disso, alterações motoras, como o distúrbio da marcha, foram identificadas como fator de risco importante que pode acelerar a velocidade do declínio cognitivo e o desenvolvimento de quadros demenciais. Alguns estudos mostram que, no início de quadros demenciais a redução da velocidade da marcha pode preceder a diminuição no desempenho em testes cognitivos. Dessa maneira, avaliar o desempenho da marcha pode auxiliar na predição de comprometimento cognitivo e de quadros de demência. Tendo em vista o potencial de predição das alterações da marcha em relação ao declínio cognitivo, foi proposto por Verghese e colaboradores em 2014 o conceito de Síndrome do Risco Motor Cognitivo (MCR). O diagnóstico dessa síndrome pré-demencial é composto por presença de queixas cognitivas subjetivas; lentidão de marcha, definida como velocidade 1 desvio-padrão (SD) ou mais abaixo dos valores médios apropriados correspondentes à idade e ao sexo na mesma coorte; atividades do cotidiano preservadas; e ausência de demência. Eles descobriram que as pessoas com síndrome de MCR apresentaram taxa de conversão para demência duas vezes maior do que indivíduos sem a síndrome. O diagnóstico da MCR não depende de uma avaliação neuropsicológica formal ou de testes complexos, além disso, não sofre interferências em virtude do nível educacional do indivíduo, o que o torna mais acessível. A despeito do crescente interesse, os estudos sobre MCR ainda são escassos e até o momento não há nenhum estudo realizado no Brasil ou em outros países latino-americanos. Portanto, é necessário obter mais informações em relação à prevalência da síndrome, bem como características do estilo de vida que podem influenciar no risco de MCR. Essas informações podem contribuir com o desenvolvimento de intervenções preventivas para demência. Homens e mulheres com idade igual ou superior a 60 anos serão avaliados em unidades básicas de saúde da cidade de Belo Horizonte (MG), Brasil. Os participantes devem ser capazes de deambular independentemente mesmo com o uso de dispositivo auxiliar e não podem ter diagnóstico prévio de demência, apresentar déficits visuais/auditivos graves ou residir em casa de repouso. Os idosos serão submetidos à avaliação para coleta de dados sociodemográficos e clínicos, avaliação da velocidade da marcha, da presença de queixa subjetiva de memória, de fatores de risco, do estilo de vida e avaliação por neuroimagem estrutural, a fim de obter mais informações sobre a MCR em uma amostra da população brasileira.


Dr. Arno Von Buettner Ristow

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Paulo Niemeyer Soares

Breve histórico: Cirurgião Vascular, que defendeu recentemente sua tese de doutorado, e possui ampla experiência em patologias vasculares agudas e crônicas, com ênfase no tratamento de enfermidades arteriais. O amplo conhecimento adquirido no diagnóstico e tratamento de dezenas de milhares de pacientes é transmitido diuturnamente aos pós graduados sob sua orientação. Em 12/03/2013 tomou posse como Membro Titular da Academia Nacional de Medicina.

Título do Projeto de Doutorado: Revascularização Carotídea após isquemia cerebral aguda: avaliação descritiva em um grupo de 50 pacientes e série de caso.

Resumo: O Acidente Vascular Encefálico (AVE) é um quadro clínico caracterizado pelo aparecimento súbito de déficit neurológico. Tem etiologia isquêmica em 85% dos casos. Destes, 20 a 30% são originários em lesões obstrutivas das carótidas cervicais. A recorrência é frequente e geralmente cada vez mais grave que o episódio anterior. É comprovado que a endarterectomia carotídea previne a ocorrência de novos AVE’s isquêmicos. Sabe-se que quanto mais rápido for realizado o tratamento, maior será a chance de recuperação completa e menor a recorrência de eventos. Todavia, historicamente, os resultados da intervenção no AVE agudo foram catastróficos. O objetivo desse estudo é o de identificar determinantes seguras para a realização da Revascularização das Artérias Carótidas após um Acidente Vascular Encefálico Isquêmico recente. Sabe-se que salvaremos mais cérebro agindo o mais rapidamente, mas as variáveis que determinam esta conduta ainda não foram estabelecidas de maneira definitiva. Para essa avaliação devemos utilizar o arsenal diagnóstico necessário, assim como de uma equipe multidisciplinar especializada. As variáveis Acidente Isquêmico Transitório ou AVE como evento índice, a gravidade dos sintomas clínicos de admissão através da escala de Rankin modificada, a extensão da lesão parenquimatosa imageológica assim como a localização precisa da lesão causal do evento devem ser analisadas individualmente e a revascularização realizada com o melhor método para cada paciente. Nossos resultados comprovam que a revascularização carotídea pode ser alcançada sem morbimortalidade em pacientes com escore de Rankin modificado < 2, ausência de hemorragia intracraniana e com áreas isquêmicas menor que 15 mm de diâmetro.

Palavras-chave: Estenose de carótida sintomática; estenose de carótida extracraniana; intervenção no acidente vascular encefálico agudo; endarterectomia carotídea; angioplastia de carótida.


Dra. Andreia Albuquerque Cunha Lopes de Morais

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Rubem Carlos Guedes

Breve histórico:Possui graduação em Nutrição pela Universidade Federal de Pernambuco (2012) e mestrado em Bioquímica e Fisiologia pela Universidade Federal de Pernambuco (2014). Recentemente defendeu sua tese de doutorado, e atua como pesquisadora no Neurovascular Research Laboratory, MGH, Harvard University. Publica principalmente nos seguintes temas: nutrição, exercício físico, desenvolvimento/envelhecimento do sistema nervoso e doenças neurovasculares.

Título do Projeto de Doutorado: Estimulação elétrica do nervo vago e susceptibilidade à depressão alastrante cortical: Análise eletrofisiológica de seus mecanismos.

Resumo: Migrânea é uma doença de alta prevalência, progressiva, crônica e debilitante. Afeta um quinto da população mundial e tem grande impacto social e econômico. Apesar de recentes avanços no entendimento da patofisiologia da migrânea, opções terapêuticas são limitadas e possuem baixa eficácia. Novas modalidades terapêuticas são extremamente necessárias. Depressão alastrante cortical (DAC) é uma intensa onda de despolarização que é o substrato eletrofisiológico da aura da migrânea e pode deflagrar a dor de cabeça. DAC é considerada um dos modelos experimentais de enxaqueca mais confiáveis. Susceptibilidade cortical à DAC é vastamente aceita e validada como plataforma para verificar tratamentos contra enxaqueca. Nesse estudo, nós verificamos que a estimulação elétrica do nervo vago, um novo tratamento neuromodulatório, suprime a susceptibilidade cortical à DAC, sugerindo ter potencial terapêutico a migrânea. Aqui, descrevemos os mecanismos pelos quais essa susceptibilidade está inibida.

Palavras-chave: Depressão alastrante cortical, migrânea, nervo vago.


Dr. Paulo José da Mata

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Monica Roberto Gadelha

Breve histórico:Possui graduação em medicina pela Faculdade de Medicina de Petrópolis. Fez residência médica em neurocirurgia no Serviço de Neurocirurgia do Dr. Paulo Niemeyer. Tem título de especialista em neurocirurgia pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e título de especialista em Neurologia pela PUC-RJ. Foi chefe de clínica no Serviço de Neurocirurgia da SCMRJ no período de 1990 à julho de 2013. Atualmente é neurocirurgião do Hospital Municipal Miguel Couto e neurocirurgião/diretor clínico do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN).

Título do Projeto de Doutorado: Caracterização dos adenomas somatotróficos puros e bihormonais.

Resumo: A acromegalia é causada, na grande maioria dos casos, por adenomas somatotróficos. Esses adenomas podem ser puros [adenoma esparsamente granular (SGA: do inglês sparsely granulated adenoma) ou adenoma densamente granular (DGA: do inglês densely granulated adenoma)] ou podem co-expressar prolactina (PRL). Os adenomas que co-expressam PRL podem ser adenomas mistos somatotróficos-lactotróficos ou adenomas mamossomatotróficos. Essa distinção é feita pela microscopia eletrônica, indisponível na maioria dos centros. Pela microscopia óptica, disponível na maioria dos centros, usando a imuno-histoquímica, esses adenomas que co-expressam PRL são agrupados e denominados de adenomas bihormonais. Porém, os adenomas somatotróficos puros também podem apresentar imunomarcação para PRL. Nenhum ponto de corte é bem estabelecido para definir se uma imunomarcação de PRL prediz origem lactotrófica. Na última edição da classificação de tumores endócrinos da Organização Mundial da Saúde, fatores de transcrição e cofatores foram incluídos para auxiliar na definição da origem celular. Dispomos do receptor de estrogênio, que marca células de linhagem lactotrófica, para complementar a imuno-histoquímica. O objetivo desse trabalho foi identificar adenomas bihormonais a partir de uma corte de pacientes com acromegalia e tentar descobrir se a apresentação e o comportamento dos adenomas bihormonais seriam diferentes dos adenomas puros. Portanto, comparamos os achados demográficos, bioquímicos, radiológicos, histopatológicos, de mutação no gene GNAS1, e desfecho cirúrgico dos adenomas bihormonais com os SGA e DGA. Utilizando um ponto de corte para imunomarcação de PRL de 10% e complementando com imunorreatividade ao receptor de estrogênio avaliada através de um escore, verificamos que cerca de 20% dos adenomas somatotróficos eram adenomas bihormonais, frequência semelhante encontrada na literatura em estudo de microscopia eletrônica. Em pacientes com acromegalia, hiperprolactinemia > 150 ng/mL sugere que o paciente tenha um adenoma bihormonal. Diferenças entre os grupos foram observadas 6 principalmente na comparação entre SGA e adenoma bihormonal ou entre SGA e DGA. Os adenomas bihormonais se assemelham aos DGA e são mais GNAS1 mutados em relação aos SGA. Os SGA parecem ser uma entidade à parte, mais agressiva.


Dra. Maria Luiza Benevides

Ano de Ingresso: 2018

Orientador: Roger Walz

Breve histórico:Residente em Neurologia Infantil na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em Campinas - SP, com início em 2021. Residência Médica em Neurologia do Hospital Governador Celso Ramos (HGCR), em Florianópolis - SC, Brasil, de 2018 a 2021. Doutora em Neurociência Translacional, da PGNET, sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2020. Co-autora do capítulo Avaliação Histopatológica de Nervos Periféricos, do Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia (2ª Ed., 2020). Revisora do Neurological Sciences (1590-3478). Revisora do Journal of Clinical Rheumatology (1536-7355).

Título do Projeto de Doutorado: Qualidade de vida, sintomas de ansiedade e depressão em longo prazo após a cirurgia de epilepsia de lobo temporal relacionada à esclerose do hipocampo: estudo prospectivo.

Resumo: Há poucos estudos de seguimento de longo prazo sobre qualidade de vida, sintomas de depressão e ansiedade, e seus fatores preditivos, em pacientes com epilepsia de lobo temporal mesial relacionada à esclerose do hipocampo (ELTM-EH) refratária, tratados cirurgicamente. Esta tese teve como objetivo avaliar as mudanças na qualidade de vida, sintomas de depressão e ansiedade, e suas variáveis preditivas, em longo prazo após a cirurgia de epilepsia em pacientes com ELTM-EH refratária. O trabalho divide-se em dois capítulos correspondentes a dois artigos científicos. O primeiro investigou a melhora clínica significativa (MCS) da qualidade de vida de pacientes com ELTM-EH tratados cirurgicamente. O segundo avaliou a mudança dos níveis de ansiedade e depressão desses pacientes. Em ambos, foram investigadas as variáveis independentemente associadas aos desfechos de interesse. Foram acompanhados, consecutiva e prospectivamente, 72 pacientes com ELTM-EH tratados cirurgicamente, avaliados pelo questionário Quality of Life in Epilepsy Inventory-31(QOLIE-31) antes e entre 36 e 131 meses (média 93 meses) após a cirurgia. A MCS da qualidade de vida foi definida através de ponto de corte estabelecido por método estatístico distribucional. Para determinar a variação dos sintomas de depressão e ansiedade, aplicou-se a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) antes e após a cirurgia em 41 pacientes consecutivos da amostra inicial. Houve melhora significativa da média dos valores da QOLIE-31 e da HADS após longo prazo da cirurgia (p < 0,01) e 55 pacientes (75,4%) tiveram MCS da qualidade de vida. Níveis menores de sintomas de depressão na avaliação pós-operatória de longo prazo estiveram associados à MCS da qualidade de vida (OR 4,15, IC 95% 1,19-14,53, p=0,03). Em relação aos sintomas psiquiátricos, os escores da HADS-Ansiedade antes da cirurgia encontraram-se independente e positivamente associados aos escores da HADS-Ansiedade em longo prazo (B=0,49, IC 95% 0,20-0,78, p=0,001). Os escores da HADS-Depressão antes (B=0,39, IC 95% 0,10-0,76, p=0,01), e melhor controle das crises após a cirurgia (B=1,55, IC 95% 0,23-2,87, p=0,02) estiveram independente e positivamente associados à variação dos escores de HADS-Depressão após a cirurgia. As demais variáveis demográficas, clínicas, radiológicas e neurocirúrgicas não estiveram associadas aos desfechos investigados. As conclusões deste trabalho, no longo prazo, são: 1) a cirurgia de epilepsia acarreta MCS da qualidade de vida à maioria dos pacientes com ELTM-EH refratária; 2) estes pacientes apresentam, em média, redução significativa dos níveis de sintomas de depressão e ansiedade; 3) ausência de depressão na avaliação de longo prazo está positivamente associada à MCS da qualidade de vida; 4) os níveis de sintomas de ansiedade e depressão pré-cirúrgicos estão independentemente associados aos níveis desses sintomas após a cirurgia; 5) controle insatisfatório das crises epilépticas está associado a maiores níveis de sintomas de depressão após cirurgia. Os achados sugerem que pacientes com ELTM-EH refratária e sintomas de ansiedade e depressão sejam monitorados para esses sintomas, mesmo após longo prazo. O impacto do tratamento desses sintomas sobre a qualidade de vida após a cirurgia de epilepsia em pacientes com ELTM-EH é um ponto importante a ser investigado futuramente.

Palavras-chave: Qualidade de Vida. Depressão. Ansiedade. Esclerose hipocampal. Cirurgia de Epilepsia.


Dra. Melina Moré Bertotti

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Roger Walz

Breve histórico:Graduada em Medicina pela UFSC (2004-2009). Residência Médica em Neurocirurgia no Hospital Governador Celso Ramos em Florianópolis (2010-2015). Recebeu o certificado do ECFMG( Educational Commission for Foreign Medical Graduates) em 2016 após realização das provas para obter licença médica americana.Clinical Fellow em Image Guided Neurosurgery no Brigham Women Hospital pela Universidade de Harvard (2017-2018). Doutorado em Neurociência pela UFRJ (2017-2021). Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia Pediátrica. Chefe do Serviço de Neurocirurgia Pediátrica do Hospital Infantil Joana de Gusmão.

Título do Projeto de Doutorado: Escala Glasgow-Pupila como preditor de mortalidade e prognóstico funcional em pacientes com traumatismo craniano grave: estudo prospectivo.

Resumo:O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é uma das principais causas de mortalidade e incapacidade na população jovem. Seu elevado índice de mortalidade, permanências hospitalares prolongadas e graves sequelas neurológicas apresentam um grande impacto socioeconômico. Muito modelos prognósticos têm sido desenvolvidos para predizer o prognóstico desses pacientes. A literatura comprova que a combinação da reatividade pupilar e da Escala de Coma de Glasgow (ECG) carregam as principais informações clínicas preditivas dos pacientes com TCE. recentemente a Escala Glasgow Pupila (ECG-P) foi proposta para predizer a mortalidade e a recuperação de pacientes que sofreram TCE. Neste trabalho primeiramente analisamos a acurácia do Escore da ECG-P em 1066 pacientes vítimas de traumatismo crânio-encefálico (TCE) grave, oriundos de nossos 5 estudos prospectivos prévios, atendidos em 3 centros de referência do estado de Santa Catarina. A área sob a curva ROC do ECG-P foi de 0.73, (IC 95%: 0.70 - 0.77) para predizer óbito hospitalar, similar ao resultado obtido com modelos prognósticos mais complexos incluindo outras variáveis clínicas. O resultado sugere que a ECG-P é uma forma prática e relativamente simples de estratificação de risco de óbito em pacientes vítimas de TCE grave. Uma segunda análise de 182 pacientes que realizaram seguimento após a alta hospitalar, demonstramos que a acurácia da ECG-P para predizer a recuperação completa ou quase completa 12 meses após a internação foi de 76.4%. Este foi o primeiro estudo prospectivo, multicêntrico, que avaliou a aplicabilidade da ECG-P para predizer a mortalidade hospitalar e recuperação após o TCE em pacientes brasileiros. Os resultados foram comparados com estudos realizados em outros países e com os observados nos consagrados estudos multicêntricos e IMPACT e CRASH.

Palavras-chave: Traumatismo Craniano. Mortalidade. Prognóstico. Escala de Coma de Glasgow.


Dr. Augusto Cesar Asciutti

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Andrea Trentin

Breve histórico:Possui Bacharelado e Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Paulista (2010), Mestrado em Biologia Celular e Estrutural pela Universidade Estadual de Campinas (2013) e Doutorado em Neurociência Translacional pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2021) . Experiência na área de célula-tronco, com foco no uso de células-tronco (estromais) mesenquimais para terapias visando o reparo de lesões no sistema nervoso central. Atuou profissionalmente como professor em escolas públicas e privadas de ensino médio (3 anos) e universidade federal (1 ano).

Título do Projeto de Doutorado: Avaliação das células estromais mesenquimais da derme do prepúcio humano como fonte celular para tratamento de lesões do sistema nervoso em abordagens in vitro e in vivo.

Resumo:Células estromais mesenquimais (CEM) estão presentes em uma ampla variedade de tecidos, sendo largamente estudadas quanto a seu potencial terapêutico. Embora promissoras em ensaios pré-clínicos, os ensaios clínicos apresentam grandes variações, o que segue como um desafio para a implementação de seu uso em humanos. Diversos fatores influenciam o potencial dessas células, sendo a fonte celular um dos mais importantes. Células isoladas da derme humana já foram testadas em uma variedade de ensaios pré-clínicos, e são de amplo interesse devido ao fato de poderem ser obtidas a partir de procedimentos pouco invasivos, ou mesmo materiais descartados de cirurgias. O prepúcio humano é um material descartado após cirurgias de postectomia e as CEM que contém já foram previamente isoladas e caracterizadas quanto a alguns aspectos, mas outras características ainda precisam ser avaliadas de modo a determinar sua qualidade como candidatas para uso terapêutico. No que diz respeito ao potencial neuroterapêutico, estudos recentes por parte de nossa equipe reforçam os interesses nessas células. A fim de complementar as análises de caracterização das CEM derivadas do prepúcio humano (phCEM), e de avaliação de seu potencial neuroterapêutico, phCEM foram isoladas, cultivadas e submetidas a ensaios para avaliar: o potencial de proliferação e expansão, a taxa de sobrevivência em cultura, a presença de danos ao DNA e de marcadores de senescência. Além disso, o efeito neuroterapêutico do seu meio condicionado (MC) (secretoma) foi avaliado in vitro quanto à viabilidade e migração de células-tronco epidermais da crista neural (EPI-CTCN) e in vivo na recuperação motora de lesão medular (LME) em modelo animal de rato. Os resultados confirmaram achados anteriores de que essas células possuem alta capacidade de proliferação e expansão em cultura, além de revelarem um alto índice de sobrevivência, baixa presença de danos ao DNA e poucos sinais de senescência replicativa em passagem 8 (P8). O MC de phCEM (phCEM-MC) não foi capaz de melhorar a viabilidade ou estimular a migração das EPI-CTCN, tampouco foi capaz de promover melhorias locomotoras e na estrutura da lesão de animais submetidos à LME. Os resultados, em conjunto, confirmam a qualidade das phCEM como possíveis candidatas para uso terapêutico, no entanto para que seu potencial clínico seja devidamente validado, novos ensaios devem ser realizados.

Palavras-chave: Células estromais mesenquimais. Células-tronco dermais. Meio condicionado. Secretoma. Prepúcio humano. Células-tronco da crista neural. Lesão medular. Neuroterapia.


Dra. Viviane Aparecida Carvalho Morais

Ano de Ingresso: 2017

Orientador: Roberto Lent

Breve histórico:Doutora em Neurociência Translacional pela PGNET, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) (2017-2021). Mestre em Neurociências pela UFMG (2015-2016). Graduação em Fisioterapia pela UFMG (2010-2014). Professora do Curso de Fisioterapia no Centro Universitário Una. Professora do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Neurociência e Educação: Bases Neurofisiológicas do Aprendizado da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).

Título do Projeto de Doutorado: Resiliência da celularidade neural à influência da escolaridade e da atividade física.

Resumo:O nosso cérebro é plástico, ou seja, ele pode sofrer mudanças estruturais e funcionais em diversas regiões. Distintos fatores ambientais contribuem com essas mudanças, impactando positiva ou negativamente a vida do indivíduo. Dentre os fatores que parecem contribuir positivamente com a estrutura e função cerebral podem ser incluídos a escolaridade e a prática de atividade física, pois ambos contribuem com a reserva cognitiva e cerebral. Uma das regiões cerebrais mais beneficiadas pela escolaridade e pela atividade física é o lobo temporal medial (LTM), região que abriga o hipocampo, estrutura que desempenha uma importante função para o processo de aprendizagem e para a consolidação das memórias. O objetivo do presente estudo foi investigar a influência da escolaridade e da prática de atividade física na composição celular quantitativa absoluta do lobo temporal medial (compreendido pela formação hipocampal, amígdala e giro para-hipocampal) de homens sem comprometimento cognitivo. Para responder a essa questão, foi utilizada a técnica do Fracionador Isotrópico, a qual permite transformar o tecido anisotrópico em uma suspensão isotrópica de núcleos, a fim de avaliar a composição celular absoluta do lobo temporal medial. Foram obtidos 29 cérebros de homens sem comprometimento cognitivo cuja faixa etária foi de 40 a 64 anos de idade. Análise de regressão linear mostrou que o número de células totais (r=0,00; r2 =-0,03; p=0,869), o número de neurônios (r=0,05; r2 =0,02; p=0,219) e o número de células não neuronais (r=0,01; r2 =-0,02; p=0,562) não foram afetados pela escolaridade. A atividade física ocupacional em intensidade leve não afetou o número de células totais (r=0,02; r 2 =-0,04; p=0,431), o número de neurônios (r=0,13; r2 =0,06; p=0,479) e o número de células não neuronais no LTM (r=0,06; r2 =-0,01; p=0,25). Da mesma forma, a atividade física ocupacional em intensidade moderada não afetou o número de células totais (r=0,02; r 2 =-0,04; p=0,884), o número de neurônios (r=0,13; r2 =0,06; p=0,058) e o número de células não neuronais (r=0,06; r2 =-0,01; p=0,381). Por fim, a prática de exercício físico não afetou o número de células totais (r=0,00; r2 =-0,03; p=0,972), o número de neurônios (r=0,00; r2 =- 0,03; p=0,947) e o número de células não neuronais (r=0,00; r2 =-0,03; p=0,999). Quando as variáveis atividade física ocupacional e exercício físico foram combinados para análise estatística, tampouco influenciaram o número de células totais (r=0,04; r2 =-0,07; p=0,96), o número de neurônios (r=0,14; r2 =0,04; p=0,199) e o número de células não neuronais (r=0,06; r 2 =-0,04; p=0,469) no LTM. Os resultados deste estudo indicam que a celularidade do lobo temporal medial de homens sem comprometimento cognitivo não sofre influências da escolaridade, da atividade física ocupacional ou do exercício físico.

Palavras-chave: Escolaridade, Atividade Física, Lobo Temporal Medial, Fracionador Isotrópico, Celularidade.